ESPERANÇOSO E PACÍFICO

 

Em geral, não sou um homem esperançoso, embora tenha esperança: fruto da caridade; é verdade, mas sou temerário e pessimista. Acho que isso é reflexo de gostar muito de Sherlock Holmes, Dr. House e Poirot, os célebres personagens detetives que cativaram meu imaginário. 

Todavia, assim como o novo ano traz sempre novas esperanças, assim também um novo pontífice traz muito consigo sobre o que podemos esperar.
 
O meu modo temerário de ser quer sempre me puxar para o lado de fora da maioria. Isto é, se todos vão para um lado, “o do contra” serei eu. Contudo, vejo no papa Prevost um homem sério, temente a Deus e capaz de gerir crises. 

Já li alguns autores, desde aqueles mais tradicionais até os mais liberais e progressistas que querem antever ou programar o pontificado atual para seus lados. Eu não quero. Eu não tenho condições de prever o que o papa fará, quem nomeará, o que irá desfazer, falar, viajar ou quem receberá em audiências. 

A questão que se coloca é somente uma. O Papa deverá enfrentar uma grande crise interna causada sobretudo pela falta de unidade eclesial e pela resistência a qualquer mudança no rumo empreendido pelo pontífice anterior. Se esta for sua missão, a de reformar os problemas do pontificado passado, haverá muita coisa a ser trabalhada, senão a hora é de esperar o rumo que tudo isso levará. 

Por um lado, estamos no Ano Santo da Esperança em que comemoramos os 2025 anos da Encarnação do Verbo Divino, pelo que devemos aumentar nossa esperança para termos mais confiança de que o Senhor guia a sua Igreja pelas mãos de Pedro, o papa. 

Por outro lado, é lícito esperar, humanamente falando, que muitos problemas podem ser resolvidos pelo atual pontífice. Problemas que causaram muito mais dificuldades, ambiguidades, desorientações, distrações e abandonos da fé. 

Assim, tenho esperança de que o papa Leão XIV poderá, em seu devido tempo, arrumar uma barca que está cheia de buracos e com marinheiros ruins, a começar por este que escreve estas linhas. Devo esperar que o papa confirme a fé de 2025 anos da Igreja, que revogue documentos, remova dignatários e promova uma maior liberdade entre os filhos fiéis.

Também é verdade que neste jubileu da esperança, devo aumentar esta virtude teologal sobretudo pela oração sincera e pela prática sacramental. Sem isto, de nada adiantará qualquer esforço humano, pois Deus não olha tanto o quanto nos cansamos, mas o quanto estamos dispostos ao seu chamado para caminhar com Ele. 

Quero esperar, sobremaneira, que Leão conceda paz à barca de Pedro. Que haja paz, como ele mesmo vem insistindo, na Igreja e no mundo, a começar pela reorganização da liturgia, a forma que temos para adorar nosso Deus. 

Que haja paz litúrgica é a minha esperança. Paz litúrgica, sem guerra de oposições desesperadas em provar seus silogismos ou suas opiniões baseadas em experimentos litúrgicos desprovidos de fé, uma paz que dure e se sustente com a Graça, para que Deus seja adorado como Ele deseja: em espírito e em verdade na Igreja. 

Esta paz, fruto da justiça, é construída com a verdade, que é uma pessoa, uma pessoa divina, Jesus Cristo e sem Ele “nada podemos fazer”. 

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