A (des)continuidade - Traditionis Custodes (Parte 2)
Créditos: OSV News/Gregory A. Shemitz |
Quando o Summorum Pontificum foi publicado e entrou em vigor, diversos foram os locais que iniciaram as celebrações das missas e dos demais sacramentos conforme os livros litúrgicos romanos de 1962. Inspirados pelo que se chamava de Reforma da Reforma, como já tratamos brevemente aqui, os sacerdotes e leigos puderam descobrir um tesouro que lhes tinha sido ocultado e até mesmo proibido. O papa dava autorização irrestrita a qualquer sacerdote licitamente no uso de ordem que pudesse dizer ou cantar a missa romana sem qualquer constrangimento.
É verdade que alguns bispos, congregações religiosas, institutos de vida consagrada e até mesmo outros sacerdotes criaram empecilhos para barrar o alcance do Summorum Pontificum, porém, até mesmo a internet veio em socorro da sua ampla aplicação. Os jovens eram os mais interessados nas coisas antigas, enquanto os velhos torciam o nariz para o "retrocesso", e a internet em ascensão facilitou a difusão das celebrações das missas na forma extraordinária do rito romano mundo afora.
Contudo, após a publicação de Traditionis Custodes foi iniciado um verdadeiro movimento revisor nas dioceses que registravam alguma(s) celebração(ões) conforme a vigência do anterior motu proprio (Summorum Pontificum). Os bispos do mundo inteiro começaram a declarar se manteriam inalteradas todas as missas, sacerdotes autorizados e locais destinados à missa antiga, ou se restabeleceriam de outro modo, se restringiriam locais e sacerdotes, ou até mesmo datas para as celebrações.
Em verdade, pouquíssimos lugares do mundo ficaram inalterados nas celebrações das missas antigas. O que mais ocorreu foi a revogação das celebrações. Outros lugares tiveram prazos estabelecidos para o encerramento das missas e dos sacramentos na forma extraordinária para que os fiéis possam ser introduzidos lentamente para a nova forma do rito romano - isto é, integrados na forma moderna, aquela publicada por São Paulo VI e alterada por São João Paulo II.
Esta ideia de integração nasce do desejo do papa Francisco em querer buscar unidade eclesial através de uma única forma de celebração. Só que esta ideia integrativa de unidade contempla exceções, como as ideias de criação de usos/formas amazônico e maia do rito romano para os povos dessas regiões.
[Continua...]
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